28/10/2011

vestida de amor


vieste estranho,
tamanho silêncio a queimar

lábios

em sonho, versos rosados
drapeados à pele castanha

a dizer-me, entranha, quão
estranha estou

isso, por tu me vestires

de amor





*Arte localizada aqui.


10/10/2011

Facebookianos


há que se ter equilíbrio
entre a lança e o arqueiro

o sonho é longínquo,
a chama?

fevereiro


< Da flecha >


quanta mediocridade, Deus meu!...
sentiu íntima vontade de avolumar-se às cinzas,

unir-se ao pó das insignificâncias


< Dos desabafos >


esperava mais...
mas - para alguns -, poesia é coisa não-séria

literariedade é panacéia
quando se trata de aplausos / platéias

e tostões...


< Dos agrados >


provocação?
apologia à cafonice?

seja brega
seja bobice

nada [ele] me disse


< Da cutucada >


e, no entanto,
há tanta poesia

basta-me lê


< Do sentir >


< Miúdos escritos no Facebook,
Cem’ intenções de literariedade... >

08/10/2011

quando você se foi



até as flores, vívidas a dois,
fizeram-se plásticas

‘tão paradas e frias e mortas’



*Sugestão de leitura: Retrato, de Cecília Meireles. 
"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)