11/07/2009

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Apetrechos


Reuni os meus apetrechos,

espalhei flores sobre a cama.


Penteei meus longos cabelos

joguei os pés, doídos, à santa.


Caí na calada da noite

cantei, dancei música cigana.


Colei retratos na janela

bebi álcool com laranja.


Depois subi pelas paredes:

(quase lhe pedindo...)

socorro, pano, lâmpada!


Mas você nada me disse

nem nada me fingiu dizer.

Nem mesmo me arriscou um palpite

sobre o meu jeito lânguida de ser.


É por isso que eu fico assim meio triste

(nesse disse me disse)

Esperando...

minhas coisas:


..........[cama (de flores)

..........[santa (de redenção)

..........[cigana (de amores)

..........[laranja (de odores)

..........[lâmpada (de contemplação)

..........[lânguida (de solidão)


Você [me] recolher!...




Texto postado em 19 ago. 2007.

Imagem disponível no Google.


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)